segunda-feira, 6 de junho de 2011
O lindo domingo de quase inverno levou a comunidade do sul da ilha para a rua. Mais de 600 pessoas se manifestaram, brincaram, dançaram e fizeram luta no antigo campo de aviação do Campeche, onde os moradores querem a construção de um Parque Cultural.
Na celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, organizada pelo Núcleo Distrital do Campeche, que congrega mais de 20 entidades, vieram os que amam a natureza, os que amam o lugar onde vivem e os que querem uma cidade boa para se morar. Vieram os aliados do Ribeirão da Ilha, do Movimento Saneamento Alternativo, do Núcleo Distrital do Pântano do Sul e até sindicalistas como os do Sintrafesc. A união de tantos movimentos que consolidam a “Aliança do sul pela natureza” mostrou que as pessoas querem mesmo é a possibilidade de viver num lugar que respeita o ambiente, que preserva o que é bom e que busca uma relação harmônica com tudo o que vive. Mostrou também que, se for preciso lutar muito para que isso seja real, as gentes o farão.
Na celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, organizada pelo Núcleo Distrital do Campeche, que congrega mais de 20 entidades, vieram os que amam a natureza, os que amam o lugar onde vivem e os que querem uma cidade boa para se morar. Vieram os aliados do Ribeirão da Ilha, do Movimento Saneamento Alternativo, do Núcleo Distrital do Pântano do Sul e até sindicalistas como os do Sintrafesc. A união de tantos movimentos que consolidam a “Aliança do sul pela natureza” mostrou que as pessoas querem mesmo é a possibilidade de viver num lugar que respeita o ambiente, que preserva o que é bom e que busca uma relação harmônica com tudo o que vive. Mostrou também que, se for preciso lutar muito para que isso seja real, as gentes o farão.
No início da tarde, com um sol brilhando ao máximo, as pessoas foram chegando. Vinham com seus filhos, com pandorgas, cachorros, chimarrão, bicicletas, bolas, petecas, material de pintura. Em pouco tempo o espaço do campo de aviação já era pura cor, com a gurizada correndo e jogando futebol. No que durante a semana só se ouve o rumor do vento, ouvia-se o riso cristalino, os gritos de alegria e a animação. Também ouvia-se o grito de protesto contra o código florestal, que destrói gente e floresta. Contra Belo Monte, que arrasa ainda mais com a vida no Xingu.
Pelo espaço do campo foram montadas barracas com informações sobre o Plano Diretor, sobre como cuidar do lixo, como se desfazer com responsabilidade do lixo eletrônico, barraca com animais para doação, informes sobre a Rádio Campeche – a rádio da comunidade, sobre o saneamento alternativo, sobre os riscos do emissário. Enfim, os mais diversos movimentos expuseram suas lutas e informaram à comunidade que não parava de chegar.
No meio da tarde, uma grande caminhada pela Pequeno Príncipe anunciou um ato/carnaval/festa/manifesto. Das janelas assomaram as gentes que, aos poucos, decidiam por aderir ao movimento. Um grande tubo preto representava o emissário – mal amado e mal querido – que ninguém quer na praia do Campeche. Famílias inteiras iam somando-se ao grupo que dançava e se manifestava. Uma ala de pessoas vestidas com prédios de papelão anunciava os riscos da verticalização do bairro, coisa que ninguém quer. Outra ala chamava para o cuidado com o lixo, com a limpeza, com o saneamento. A ala da água propagava a necessidade de se cuidar do aqüífero que é herança da natureza para os bichos e as gentes. Depois, no final, vinha o boi de mamão, divulgando a cultura desta gente forte que não se cansa de lutar e resistir para que os bairros do sul da ilha sigam vivendo a sua vocação que é a de serem bairros-jardins, integrados harmonicamente com a exuberante natureza de restinga, dunas e praias. Era gente demais proclamando seu amor pelo ambiente onde constrói sua morada.
Depois da caminhada toda aquela gente se concentrou no Pacuca (Parque Cultural do Campeche), que se coloriu de povo e de bicho. Foram plantadas árvores por todo o lugar, fez-se fila para a pipoca, para o cachorro quente. O Campeche vivia um momento de pura alegria. Mesmo aqueles que não participam muito das atividades políticas, deparados com aquele movimento tão animado, parou e escutou. Reconheceram que só a luta do povo unido pode garantir coisas.
Depois, quando a tarde já findava, o boi de mamão do Campeche fez de todos, crianças, e não houve quem não dançasse e se emocionasse com a beleza desta cultura tradicional que também resiste entre tantas invasões culturais. E, na hora em que o céu avermelhou, num pôr-do-sol de tirar o fôlego, uma bateria de escola de samba deu o tom do que é a luta no Campeche: forte, cadenciada, unida. Foi um dia perfeito!
A festa do dia mundial do meio ambiente não se esgota neste cinco de junho. Ela é permanente no Campeche e no sul da ilha. No próximo domingo, às 10h, em frente ao campo de futebol do Pântano do Sul, a caminho dos Açores, sairá uma caminhada também buscando envolver a comunidade na luta pela criação de um Parque e na defesa da vocação do sul. Lá estarão todos os lutadores outra vez, porque esta é uma luta que não se acaba, pelo menos não enquanto pulularem os vilões destruidores da natureza e das gentes.
O povo unido vence, e isso não é palavra de ordem. É a mais pura realidade!
http://eteia.blogspot.com/2011/06/alianca-do-sul-pela-natureza-fez.html
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